BEIJO
Um beijo para tirar a prova
Beijo que toca, adoça e desenCAMINHA
Beijo que gera química, física e biologia
Beijo tão esperado, guardado e de desPEDIDA
Um beijo na chegada e outro na partida
Beijo doce, arrebatador, que fisga, instiga e intimida
E ela desTEMIDA segue sua sina
Aquela e tão só ela, da Bela que encontra a Fera e não consegue juntar-se à essa dicotomia
Então a Bela, segue seu caminho em desATINO, esperando encontrar um ninho para acalentar seu coração e a sua solidão!
Mônica Parreiras
13/04/13
A VIDA
A vida
Ávida
Da vida
ComeMORA
A demora
Na partida!
Mônica Parreiras
13/04/13
DESASSOSSEGO
Preciso partir, mas tua presença me segura
E nada me assegura
A não ser a certeza de que quero mais...
Quero o mel e o fel
Quero permanecer na incerteza
Deixar a crença
Largar a mesmice
E viver a turbulência
O silêncio me conSOME
O sossego me tira a fome
Mas antes que me acomode
Quero que me tome....
Mônica Parreiras
14/04/13
SENHORA
Senhora eu era das minhas vontades
Agora sem hora e cheia de fragilidades
Adora, adorna e se conFORMA
Com a forma do infinito
Que nada forma porque é um dentro e fora
Que nada conTORNA, pois a senhora já perdeu a hora e agora se consola
Mônica Parreiras
14/04/13
CONSOLA
Na sola do sapato que pisa o chão
A marca do ato que não foi em vão...
O consolo é a incerteza e a indefinição
Sigamos a caminhada rumo ao coração, embora maltratado como solo infértil, o que consola é a mola da emoção!
Mônica Parreiras
14/04/13
PENA - PESAR
Será que vale a PENA ter PENA?
Será que PESA o PESAR?
PENA ou PESAR?
Um leve, outro pesado...
Uma PENA que voa com o vento
O PESAR de uma perda
PENA que PESA!
Controverso ou contra o verso?
PENA que prende e nada surpreende
PESAR que PESA e enlouquece
Um liberta, outro enterra...
Vale quanto PESA?
Que PENA PESAR!
Meus PESARES por quem tem PENA!
Mônica Parreiras
16/04/13
TENTATIVAS
Tentar ou não?
Tentar ação
Acomod ação
Investir
Vestir-se de possibilidades
Despir-se das armaduras
Acalentar expectativas
Buscar novas saídas
Tentativas...
Persistir, insistir
Tentar ação ou cair em TENTAÇÃO?
Mônica Parreiras
17/04/13
CORES
Prefiro a solidão das cores
Ao abandono dos amores
Cores que colorem o céu, a terra e o mar
Refletem o sol, a lua e o amar
Prefiro a solidão liberta
À prisão acompanhada
Sou filha da natureza viva
E não suporto o cinza
Ele é ausência de cores
E repleto de dissabores...
Por isso quero todas as cores
E abro mão dos amores...
Mônica Parreiras
20/04/13
TEMPO
A moça pensa no tempo que não viveu
Adormeceu seus anseios, seus desejos...
Abriu mão dos beijos
E agora quer voltar no tempo, mas tempo não volta
Ela se revolta
E se volta contra o tempo
Que tempo é esse do contratempo?
Que como o vento voa para longe
A consome
E a deixa insone
Mas é chegada a hora
Agora e não mais ontem
Ela não mais se conforma
E a derrota, manda embora!
Mônica Parreiras
22/04/13
SENTIDOS
Olhar que atravessa a alma, penetra e perpetua o instante
Me faz tua, nua de sentidos e cheia de pedidos
Peço que voltes a me olhar, me desejar para que eu possa continuar...
A sentir, pressentir e viver
Entender muitas vezes requer sentidos
Viver significa não prescindir do toque, do afago, do cheiro, da pele, do gosto
Esse é o verdadeiro sentido do viver que imprime à alma a lembrança de algo que se eterniza e me faz sentir viva!
Mônica Parreiras
23/04/13
ESTRANHAMENTO
A tênue linha que separa encantamento e estranhamento
Perpassa a constância e a distância
Alguém que outrora estava ali todas as horas
De presença constante passa a ser distante
Se vai e se ex-vai em desculpas
Sem cura para suas agruras
Após algumas andanças desacompanhada
Ela é apanhada pela mais inusitada dança da alma
Nada mais a afeta e antes que se despeça e sem amarras
Lembra do mandamento: "amarás o teu próximo como a ti mesmo"
Mas ela continua sua dança mesmo que mundana
Seu lema é "amar-se sobre todas as coisas"
Assim, sem mais estranhamento
Vive a intensidade do momento!
Mônica Parreiras
26/05/13
COLORindo
Minh'alma está em festa!
Ela brecha sem modéstia
A liberdade das tonalidades
As nuances de uma réstia
Colorindo eu vou rindo à toa
E sigo meu destino que ecoa
No repentino, vespertino
E inevitável caminho
Aquele e tão somente ele
De entregar- me por inteiro
Na deliciosa tarefa de ser cor e riso
Mesmo correndo todos os riscos!
Mônica Parreiras
27/04/13
ABRIL
Abre a cela
Liberta a donzela
Que apenas zela e reza
Solta a fera
Cura a ferida
Da solitária adormecida
Acende a chama
Acorda a dama
E a faz mundana
ABRIL que ABRE
E a faz senhora
De suas vontades
Mônica Parreiras
28/04/13
MÔNICA
Nome concedido
Como pedido à mãe de Agostinho
Promessa cumprida
De homenagem à Santinha
Nome de vários significados
Como só, solitária e até viúva
Conselheira como predicado
De sobrenome que vem das uvas
Nome Próprio e apropriado
Abortado nas suas insígnias
De sofrimento e resignação,
Mas adotado na sua outra acepção
A de uma solidão liberta e colorida
Da mulher nem Santa nem profana
Mulher de múltiplas facetas
A fera ferida e nada adormecida
Mônica Parreiras
28/04/13
SOLUA / SOU TUA
Ela dorme pro tempo passar
Acorda pra trabalhar
Espera a noite chegar
E dorme pra descansar
Um novo dia se inaugura
O sol bate à janela
Levanta, se arruma
Até a chegada da lua
E assim o tempo se vai
Os dias se sucedem
E a noite a espreita
Com a mais linda lua cheia
Seu brilho refletido no mar
Ela não quer mais amar
Pede pro dia voltar
E a noite cessar
Já não sabe o que é pior
Noite de lua
Dia de sol
Ela só e nua
Decide dormir e acordar
Grita pro sol e pra lua
Sou sol, sou lua
Solua, sou tua!
Mônica Parreiras
29/04/13
IMPREvista
Nada do que sou, eu fui outrora
A roupagem que eu vestia, não me cabe agora
Sou como pássaro fugido da gaiola
Corro riscos e nada me controla
Quero a intensidade do momento
Sou como vento que vive em movimento
Sou terna, intensa, materna e propensa
A ser nada prevista
Uma tímida que quer ser vista
Sou colorida, amiga e cada vez mais IMPREvista
Mônica Parreiras
30/04/13